Após deixar o corpo, o Espírito fica perturbado por um
período, que será maior ou menor, de acordo com o seu grau de evolução. No livro Depois
da morte, Léon Denis diz que “as sensações que precedem e se seguem à morte
são infinitamente variadas e dependentes, sobretudo, do caráter, dos méritos,
da elevação moral do Espírito que abandona a Terra”. Levando em consideração estes ensinamentos,
entendemos o que gera, ameniza ou agrava esse período.
Se, em vida, a pessoa se preocupa com sua evolução moral e
seu desenvolvimento espiritual, praticando o desprendimento das coisas
materiais, o processo do desencarne torna-se mais fácil. Ademais, se tiver adquirido conhecimento
acerca do plano espiritual, do amparo a ser recebido, da programação e do
preparo para a nova reencarnação, maior facilidade terá para reconhecer seu
novo estado.
O sofrimento espiritual que se segue à morte do corpo físico está
ligado ao maior ou menor desprendimento do Espírito ao plano material. O fator mais relevante na determinação do tempo
de perturbação do Espírito é o seu grau de pureza. Como diz Kardec em O livro dos Espíritos, “a perturbação que se segue à morte nada tem
de penosa para o homem de bem; é calma e
em tudo de semelhante à que acompanha um despertar tranquilo”.
Outro ponto importante a ser considerado é a forma como se
deu o desencarne. A morte violenta, por exemplo,
surpreende o Espírito e dificulta a compreensão do que está acontecendo. Neste caso, o desequilíbrio tende a durar
mais, sobretudo para aquele que, em vida, não se preocupou com sua evolução
espiritual.
Aqueles que são muito ligados à matéria, mesmo após a morte
de seu corpo, podem sentir as sensações de quando estavam encarnados. Há os que chegam, inclusive, a sentir a decomposição
da matéria.
Cabe observar que sempre haverá amparo da espiritualidade durante
o momento de transição. Esta assistência
variará de acordo com o merecimento do desencarnado, o que faz com que a busca
diária pela melhoria de nossos próprios defeitos seja de extrema importância.
Com o conhecimento que o espírita possui sobre a vida após a
morte, fica a seu critério escolher se deseja ser amparado para seguir seu
caminho na trajetória evolutiva ou se prefere estacionar e continuar sofrendo
as dores causadas por seus erros. A
espiritualidade está sempre disposta a oferecer o cuidado necessário para a
evolução de cada um, bastando que o indivíduo trabalhe a favor deste propósito.
Nunca é tarde para nos renovarmos e colocarmos em prática os
ensinamentos trazidos por Jesus e disseminados a cada dia pelos irmãos
espirituais que trabalham incansavelmente a nosso favor.