Emmanuel foi o inesquecível mentor de Francisco Cândido Xavier durante o seu apostolado mediúnico e responsável intelectual por centenas de livro de suma importância para o Espiritismo. Acompanhou Chico desde a infância, mas se deixou notar pela primeira vez em 1931, quando ele iria completar 21 anos e já psicografava "Parnaso de Além-túmulo", primeiro livro mediúnico trazido pelo médium.
Inicialmente, Chico o via dentro de raios luminosos em forma de cruze com traços fisionômicos de homem idosos. Mais tarde, Emmanuel revelou-se um belo homem, de traços joviais e marcantes. O carinho e o respeito tenhas foram recíprocos entre eles. Emmanuel sempre teve como característica, de acordo com relatos do próprio Chico, manter o compromisso com a tarefa designada, independentemente dos sacrifícios necessários para realizá-la e pedia ao médium apenas três coisas: disciplina, disciplina e disciplina.
Emmanuel é fiel a Jesus
e a Allan Kardec e sua trajetória pode ser contada através das inúmeras obras
de cunho filosófico, histórico, romanesco histórico, científico, religioso e
doutrinário que nos trouxe pela psicografia de Chico Xavier. Alguns romances nos
trazem informações de suas encarnações e as outras obras nos oferecem a bagagem
intelectual e moral que adquiriu pelos séculos.
Ele fez parte da falange de Espíritos que trouxe ao planeta o Cristianismo restaurado, definição sua da Doutrina Espírita.
No "Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec inseriu, no capítulo XI, uma mensagem de Emmanuel, recebida em Paris, 1861, intitulada "O Egoísmo".
A partir de 1933, começou a produzir por intermédio de Chico Xavier. Em seu primeiro romance, intitulado "Há Dois Mil Anos", Emmanuel descreve uma de suas encarnações, quando foi o senador romano Públio Lentulus na época em que Jesus esteve na Terra. No romance "50 Anos Depois", Emmanuel relata sua passagem no plano terrestre, desta vez como um escravo chamado Nestório. Segundo ele, a finalidade dessa reencarnação, ocorrida cinquenta anos depois do desencarne do senador romano, era a de reparar erros do passado. Ele prossegue nos relatos sobre suas vidas anteriores no romance "Renúncia", quando diz que esteve encarnado como padre Daminiano, vigário da igreja de São Vicente, na cidade espanhola de Ávila. Em "Ave, Cristo!" Emmanuel nos apresenta sua encarnação como o filósofo Basílio, que era filho de escravo e conseguiu liberdade.
Existem dois fortes indícios que nos levam a acreditar que Emmanuel foi o padre Manoel da Nóbrega, famoso catequizador do início da colonização do Brasil. O primeiro deles é a afirmação que Chico faz no livro "Emmanuel", trazido pelo mentor através da sua psicografia, que ele, Emmanuel, na sua última passagem pelo planeta tinha sido um padre católico desencarnado no Brasil. O outro está no livro "Amor e Sabedoria", no qual Emmanuel faz o seguinte comentário: "Completam-se, assim, neste 1970, quatrocentos anos de Nóbrega e quarenta anos de Emmanuel, nesse apostolado espiritual de oferecer um novo sentido da vida aos filhos da Terra".
Emmanuel foi responsável por nos trazer mais de 130 livros dedicados à difusão do espiritismo, dos quais, além dos já citados, destacamos: "A Caminho da Luz", "O Consolador", "Paulo e Estevão", "Caminho, Verdade e Vida", "Pão Nosso", "Vinha de Luz", "Roteiro", "Palavras de Emmanuel", "Fonte Viva", "Pensamento e Vida", "Religião dos Espíritos", "Encontro Marcado", "Vida e Sexo", "Rumo certo" e "Mediunidade e Sintonia". Ele permaneceu ao lado de Chico Xavier, por quem afirmou ter laços afetivos enraizados, por mais de 70 anos, até o fim de sua encarnação, que ocorreu em 30 de junho de 2002, quando o médium contava 92 anos.