Bem como toda a Natureza, os Espíritos estão sujeitos à Lei do Progresso, como se faz claro ao observar seu processo evolutivo. Nesse sentido, a encarnação apresenta importante função: as condições que um Espírito está submetido durante a vida material permitem grande adiantamento nesse processo. No caso do planeta Terra, as provas e expiações podem servir de grande auxílio no aperfeiçoamento moral dos Espíritos.
A conjuntura estruturada pela forma de vida
corpórea também é de fundamental importância para a reforma íntima necessária
ao progresso. Os processos de esquecimento e de amadurecimento durante a
infância têm razões para ocorrer que permitem a harmonia perfeita para o
depuramento da alma. Como o Livro dos Espíritos nos traz, “[...] a fraqueza da
pouca idade [...] torna (as crianças) flexíveis, acessíveis aos conselhos da
experiência e daqueles que devem fazê-los progredir. É quando se pode reformar
seu caráter e reprimir-lhes as más inclinações; tal é o dever que Deus confiou
aos pais, missão sagrada pela qual deverão responder. Por isso a infância não é
somente útil, necessária, indispensável, mas ainda ela é a consequência natural
das leis que Deus estabeleceu e que
regem o Universo.”
Diante
disso, como já explica o trecho, compreende-se que os pais recebem de Deus a
missão de educar um Espírito para impulsionar sua caminhada no bem. Para isso,
a própria natureza humana dá conta de fazer germinar o amor entre a prole e
aqueles que a conceberam, uma vez que a necessidade de amar e de ser amado é
inerente ao Espírito e, em toda sua benevolência, Deus permite-nos que, por
repetidas vivências, convivamos com aqueles aos quais nossos corações se
afeiçoam. Assim, é fácil entender que pais e filhos não são Espíritos estranhos
entre si e, há tempos, cultivam sentimentos um pelo outro. É inegável,
entretanto, que, em um mundo de provas e expiações, existam também aqueles que
reencarnam em determinado seio familiar justamente pela necessidade de cumprir
uma prova ou expiação e resgatar débitos do passado.
Nesses contextos, a figura materna surge dotada
de qualidades que ajudam-na a ligar-se a seu filho. Desde a gestação, a
natureza encarrega-se de fazer germinar o amor, que lhe floresce o peito, manifestando-se
no interesse da conservação de seu pequeno. Para colaborar a isso, a aparência
inocente infantil, o choro do bebê e sua dependência de zelo comovem os pais,
de cujo amor sua fraqueza necessita; cria-se, assim, uma harmonia perfeita para que os elos que conectam esses
seres tornem-se cada vez mais fortes. O amor maternal estabelece-se tão
poderoso que permanece por toda vida, transcendendo a matéria mais densa de que
são constituidos os corpos humanos. Neste planeta, é o exemplo mais próximo que
há do amor divino.
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