Muito se tem falado, atualmente, sobre cinema e Espiritismo.
No entanto, muitos se equivocam quando apontam Bezerra de Menezes - O Diário de um
Espírito (2008) como o
pioneiro nessa união entre a sétima arte e a doutrina dos Espíritos. Não digo
isso por conta dos inúmeros filmes espiritualistas produzidos, principalmente
por Hollywood. Na verdade, a primeira incursão do Espiritismo nas telas do
cinema ocorreu em 1979, com um filme inspirado numa psicografia de Chico
Xavier, que conta com sua participação especial. O livro, intitulado Somos
Seis, conta a história do desencarne doloroso de Volkimar e alguns colegas de
trabalho no incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo.
Notícias sobre a atuação da espiritualidade durante
a realização de filmes com o tema vida após a morte são sempre comuns. No caso
de Joelma, 23° Andar não poderia ser diferente. Em um
depoimento, presente no DVD do filme, o diretor relata um pedido feito pela
espiritualidade – presente durante a sessão mediúnica em que seria filmada a
participação de Chico Xavier, na Casa da Prece – para que mais da metade das
luzes fossem apagadas, pois estariam dificultando o andamento da reunião. O
fotógrafo se pôs terminantemente contra, pois sabia que tecnicamente seria
impossível registrar alguma imagem na película diante de tão baixa
luminosidade. Com o objetivo de não atrapalhar a reunião, as luzes foram
apagadas e as filmagens prosseguiram sem a presença do fotógrafo, que ameaçava
se desligar do filme. O que ele não esperava é que uma forte luz, inexistente
no plano físico, iluminaria Chico e todos os que dele estavam próximos,
tornando o impossível em uma realidade comprovada não só na sala de exibição do
laboratório de copiagem, como em todos os cinemas nos quais o filme foi
exibido.
Com certeza, muitas outras histórias envolvendo
acontecimentos inexplicáveis aos olhos de ateus e materialistas ocorreram
durante as filmagens de Bezerra
de Menezes – O Diário de um Espírito, Chico
Xavier – o Filme e Nosso
Lar. Nenhum desses acontecimentos, porém, são incomuns ou maravilhosos para
os que estudam e entendem a Doutrina dos Espíritos professada por Kardec.
Tudo isso é apenas o começo. Muitos outros filmes
espíritas ainda serão feitos, pois a Verdade não pode se restringir a um
pequeno grupo de pessoas e o cinema é uma das formas de comunicação com maior
alcance em todo o globo terrestre.