Por mais absurdo que nos pareça a ideia de espiritismo sem espíritos, muitos irmãos estão atuando nos dias atuais numa pseudo tentativa de defender a Doutrina Espírita e que no fundo deixam a vaidade falar mais alto do que a humildade e a caridade tão bem exemplificada pelo querido Chico Xavier. Percebe-se claramente um processo de elitização desagradável do espiritismo, na tentativa de transformá-lo num espiritismo burocrático, aristocrático, que parece desejoso de fazer parte somente dos grupos dos intelectuais e eruditos.
Essa situação nos faz lembrar do Capítulo XI - Sermão do Monte, do Livro Boa Nova de Humberto de Campos, psicografia de Chico Xavier em que Mateus inocentemente diz à um pequeno grupo de mendigos que eles em nada poderiam contribuir na instalação do Reino de Deus na Terra, situações que animou o Mestre Jesus a falar a inesquecíveis palavras no Sermão do Monte.
É certo que as comunicações dos espíritos estão de acordo com a evolução espiritual de cada espírito, e conforme as capacidades mediúnicas poderão ser boas em seu fundamento e na forma, ser boa no fundamento e ruim na forma, ser ruim no fundamento com belas e comoventes palavras, ou ser ruim no fundamento e na forma. Saber diferenciá-las é papel do encarnado mediante as orientações do Livro dos Médiuns.
Lamentamos o fato de a mediunidade, sublime oportunidade de redenção, ser colocada em segundo plano, que é o que vem sendo feito. Sabemos que os Espíritos responsáveis pelo Espiritismo têm ciência dessa situação, acreditamos que isso será passageiro, pois conforme as palavras de Jesus “não se perderá nenhuma ovelha do aprisco”.
Por fim, vejamos as palavras sabias e atuais do Kardec no artigo citado na Parte 1 e 2:
“Se o Espiritismo deve ganhar em influência, é aumentando a soma das satisfações morais que ele proporciona. Que aqueles que o achem insuficientes tal qual é se esforcem em dar mais do que ele; mas não é em dando menos, tirando-lhe o que nele faz o encanto, a força e a popularidade que o suplantarão.”
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