Kardec incita-nos a refletir o que parece mais prudente ao bom senso. Pois os mesmos que aplaudem as belíssimas mensagens mediúnicas, ricas em conhecimentos e lições, pretendem agora calar a voz dos espíritos a fim de exaltar o próprio ego. E para refletir: o espiritismo terá mais chances de sucesso com ou sem o auxílio dos espíritos? Essa questão é essencial para esse estudo.
Esquecem os partidários do espiritismo sem espíritos que os espíritos de luz, que se manifestam por todos os lados divulgando as verdades eternas do Criador ultrapassam em inteligência e conhecimentos o homem encarnado. No fundo buscam auto proclamarem-se seres superiores, tal como os fariseus contemporâneos a Jesus Cristo.
É válido refletir também que os partidários da idéia de fazer espiritismo sem espíritos estão encarnados hoje, contudo, amanhã estarão ao lado daqueles espíritos de cuja comunicação rebaixaram, ou fizeram calar. Então como será a situação deles? Provavelmente desejarão comunicar-se com seus confrades encarnados para preveni-los do equívoco e não poderão, assim como narra S. LUCAS, cap. XVI, vv. 19 a 31, citado no CAPÍTULO XVI do Evangelho Segundo o Espiritismo.
Olhemos ainda a questão de outro ponto de vista. Quem fez a Doutrina Espírita? Foram os homens ou os desencarnados? Como podem as mensagens que outrora serviam para o trabalho redentor do espiritismo agora serem desnecessárias? Com base em que, foram rebaixados os espíritos, outrora encarregados do Espiritismo, a meros assistentes?
Concluímos com as palavras de Allan Kardec no artigo publicado na Revista Espírita de Abril de 1866:
“Que dizer daqueles que, tomando sua opinião pela de todo o mundo, afirmam seriamente que, agora, em nenhuma parte se quer comunicações? Estranha ilusão! Que um olhar lançado ao redor deles bastaria para fazer desvanecer-se. De seu lado, que devem pensar os Espíritos que assistem às reuniões onde se discute se se devem condescender em escutá-los, se se deve ou não lhes permitir excepcionalmente a palavra para comprazer àqueles que tiveram a fraqueza de ter suas instruções? Ali se encontram, sem dúvida, Espíritos diante dos quais cairiam de joelhos se, nesse momento, se apresentassem à sua visão. Pensou-se no preço que se poderia pagar uma tal ingratidão?”
Veremos ainda a terceira parte do estudo. Aguardem!
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