26 de junho de 2018

Para que os Espíritos se comunicam conosco?



Segundo a Doutrina Espírita, possuímos um corpo material e um espiritual. O material, perecível, acaba com a morte, enquanto o espiritual, imortal, segue sua trajetória no plano espiritual. Ao se comunicarem com os encarnados, os Espíritos comprovam a existência do mundo invisível, permitindo-nos conhecer esse ambiente. Portanto, para além da imortalidade da alma, podemos afirmar a capacidade de comunicabilidade dos Espíritos.

As manifestações dos Espíritos são naturais e por isso existiram, e ainda existem, em todas as épocas desde a Antiguidade. São inúmeros os relatos de comunicação ao longo da História.[1] As narrativas descrevem também variadas maneiras dessas comunicações ocorrerem. Na Europa do século XIX, por exemplo, o fenômeno das mesas girantes gerou bastante curiosidade, atingindo um público de grandes proporções.  Ele foi de muita importância para o início do estudo da Doutrina Espírita.


Sem saber o que significava o conceito de mediunidade, Allan Kardec também se interessou pelas mesas que giravam e faziam barulhos sem a intervenção física de qualquer indivíduo. Enquanto a maioria das pessoas encarava o fenômeno como espetáculo, procurando se divertir, Kardec buscou entender o que se passava durante as exibições, assumindo a postura de um pesquisador, pois suspeitava haver um elemento inteligente por trás do que presenciava . Em “Obras Póstumas”, ao analisar o seu contato com os fenômenos da época, Kardec declarou



“(...) Apliquei, a essa nova ciência, como o fizera até então, o método experimental; nunca elaborei teorias preconcebidas; observava cuidadosamente, comparava, deduzia consequências; dos efeitos procurava remontar às causas, por dedução e pelo encadeamento lógico dos fatos, não admitindo por válida uma explicação, senão quando podia resolver todas as dificuldades da questão. (...) Compreendi, antes de tudo, a gravidade da exploração que ia empreender; percebi, naqueles fenômenos, a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro da humanidade, a solução que eu procurara em toda minha vida. Era, em suma, toda uma revolução nas ideias e nas crenças: era preciso, portanto, andar com a maior circunspeção (cautela) e não levianamente (...) para não me deixar iludir.” [2]

Foi graças a reunião de dedicados médiuns e o trabalho de investigação de Kardec que as mensagens dos Espíritos foram organizadas e sistematizadas em cinco obras lançadas mundialmente. São elas “O Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns”, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “O Céu e o Inferno”  e “A Gênese”.


Em nossa Casa há reuniões mediúnicas. Os médiuns funcionam como intermediários, são instrumentos para que os Espíritos se comuniquem. Essas comunicações podem acontecer por meio da psicografia, psicofonia, vidência, audiência e outros tipos. 


Utilizada em benefício do próximo e tendo como objetivo o progresso da humanidade, a mediunidade e, por consequência, o contato direto com a Espiritualidade não podem ser banalizados. Devemos estar muito atentos ao conteúdo de nossas perguntas dirigidas à mentora, Irmã Amálya. Na Caravana os Espíritos não trabalham para fazer adivinhações ou previsões. A sua comunicação não tem por finalidade sanar curiosidades materiais, mas sim nos amparar. Logo, não cabe levar à mentora assuntos amorosos, muito menos tentar transferir para a Espiritualidade decisões pessoais. Toda a Espiritualidade nos recebe com carinho, estando sempre pronta a nos consolar. Contudo, precisamos ter em mente que ela não pode agir em nosso lugar.


Bibliografia: Livro dos Médiuns, parte 2 e Obra Póstumas



[1] Antes mesmo das mesas girantes, em 1848, nos Estados Unidos, as irmãs Fox, como ficaram conhecidas mundialmente, se comunicaram com os Espíritos através de batidas, arranhões em móveis e paredes.

[2] KARDEC, Allan. Obras póstumas. Segunda parte, cap. “A minha iniciação no Espiritismo”, p. 349-350.




5 de junho de 2018

O Jovem Tarefeiro na Casa Espírita





A Caravana do Amor é um local onde encontramos muitas oportunidades de colocar em prática a atitude cristã, pois as atividades realizadas por cada membro nos concedem a chance de aprendizado e crescimento individual. Muito mais do que simples doação, o trabalho tem como objetivo o exercício da caridade. E  certamente, é no desempenho de sua tarefa que o tarefeiro recebe muito mais do que oferece.

Com o passar do tempo nossa Casa Espírita tem crescido. E para a garantia de seu desenvolvimento, se torna fundamental o envolvimento das pessoas. Prezando pela integração e renovação, a  Caravana oferece a todos diversas oportunidades de colaborar, seja no apoio às atividades realizadas dentro de cada setor, ou na atuação mediúnica.

Vale ressaltar as palavras da nossa mentora Irmã Amálya, que  associa cada um de nós a peças de uma engrenagem. Ao estarem encaixadas, todas as peças unidas são capazes de fazer o mecanismo funcionar.  Essa comparação evidencia a importância de cada integrante da Caravana do Amor, indistintamente. A partir dela, entendemos que nenhuma atividade realizada tem menos valor  do que o trabalho mediúnico, pois uma tarefa complementa a outra na seara de Jesus.

A atuação dos jovens na Caravana não é novidade. Há bastante tempo eles atuam nos mais diversos setores sempre com suporte dos mais velhos, que são os responsáveis, e auxílio da Espiritualidade. 
Com o intuito de exemplificar um pouco da vivência dos jovens enquanto tarefeiros,  escolhemos tratar um pouco das experiências vividas nos setores de Música e Biblioteca.

Sabemos que a Música é um instrumento importante para o amparo dos enfermos. Daí, podemos entender o tamanho da responsabilidade do setor musical, composto em sua maioria por jovens. Para contribuir com o acolhimento dos irmãos sofredores,  é necessário que os integrantes da equipe estejam realmente conectados entre si e unidos no propósito do bem. O compromisso de cada um garante a harmonia, fazendo com que o canto seja uma ferramenta eficaz no socorro de encarnados e desencarnados.

Outro exemplo que podemos citar é a reinauguração da Biblioteca, trabalho que iniciou recentemente e vem trazendo muita satisfação. Ao longo dos últimos meses, um grupo de  jovens tem demonstrado grande interesse e boa vontade para ajudar a organizar esse setor. Mesmo sendo uma tarefa que requer mão de obra constante, é possível observar o cuidado e seriedade entre aqueles que estão participando.

Esses exemplos nos mostram um pouco da postura esperada para a continuidade do trabalho de Jesus. Como afirma muitas vezes nossa mentora: “Quando se juntam as mãos, se unem forças”.