31 de outubro de 2017

Honrai Pai e Mãe



“Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo sobre a terra que o Senhor vosso Deus vos dará”
(Decálogo; Êxodo, capítulo 20, versículo 12)*.


É comum cobrar dos pais sua responsabilidade em relação aos filhos e, claro, ela existe. Devem eles proporcionar, sempre que possível, o acesso tanto material quanto espiritual a tudo o que é necessário à evolução daquele Espírito que está sendo recebido.

São os pais responsáveis por oferecer moradia, alimento, vestuário e, sobretudo, educação moral, conceitos sobre o que é certo e o que é errado, que levaremos por toda a vida.

Mas, e por outro lado, o que deve o filho para seus pais? Ao trazer o mandamento “honrai vosso pai e vossa mãe”, Jesus estende, amplia o conceito que temos da palavra respeito. O citado mandamento decorre da lei geral de amor ao próximo pelo Mestre ensinada, mas vai além. Ele trata da piedade filial. Não se pode amar ao próximo sem amar pai e mãe.

Honrar pai e mãe significa retribuir a eles tudo o que nos foi feito quando pequenos. A responsabilidade aqui se vê invertida e não exercê-la configura verdadeira ingratidão.  

*Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XIV.   



24 de outubro de 2017

Bullying


Em janeiro de 2017 completou um ano da lei de combate ao bullying. Esse é um dos temas mais debatidos nas escolas e redes sociais, mas ainda é preciso melhorarmos o nosso entendimento sobre o assunto. O bullying é um termo inglês utilizado para definir qualquer ato de violência/agressão – que pode ser física, verbal ou psicológica – praticado por uma determinada pessoa ou por um grupo com intuito de intimidar a vítima. [1]

Segundo o Portal da Educação [2], existem várias formas de se classificar o bullying: 1. formas verbais – colocar apelidos, fazer piadas e xingar; 2. formas físicas – bater, empurrar; 3. formas psicológicas – isolar uma pessoa, ridicularizar ou humilhar; 4. formas sexuais – abusar, assediar; 5. formas virtuais – quando os agressores usam o meio tecnológico para fazer todo tipo de difamação e calúnias.

Podemos dizer que o orgulho é um dos principais responsáveis pelos nossos atos preconceituosos e, consequentemente, um incentivo para a prática do bullying. O orgulho faz com que no vigiarmos. Se temos uma posição social melhor que a do outro, achamos que isso é um motivo para nos sentirmos superiores e rebaixarmos o próximo. É também o orgulho que nos leva à cólera, atitude que tem cegado cada vez mais as pessoas. Por conta disso, uma das maiores batalhas a ser travada é retirar esse sentimento dos nossos corações Nossa mentora sempre nos diz que quando julgamos um irmão seremos julgados com a mesma intensidade.

“Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: — Deixa-me tirar um argueiro do teu olho —, vós que tendes no vosso uma trave? Hipócritas, tirai primeiro a trave do vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão.” (Mateus, 7:3 a 5. ) [3]

Esse trecho afirma que uma das maiores hipocrisias e insensatezes da humanidade é julgar e não ser capaz de reconhecer os nossos próprios defeitos. Somos capazes de ver o que julgamos errado no outro e não reconhecemos o que há de errado dentro de nós mesmos.

Sabemos que não foi isso o que Jesus veio nos mostrar através de seis ensinamentos, pelo contrário, Ele veio nos ensinar a amar o próximo, a respeitar e ter empatia. É exatamente por isso que temos de refletir antes de pensar ou tomar qualquer atitude relacionada ao próximo. Não somos melhores do que ninguém. Não temos o direito de julgar. Jesus nos ensinou a lei do amor. Precisamos colocá-la em prática, amando o próximo independente de qualquer característica física, credo, religião e sexo. O respeito com o próximo é o fator mais importante.

“Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra (Matheus 5:5)” Com esse ensinamento “Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes.” [4]



[1] http://perigosdobullying.blogspot.com.br/2010/10/origem-e-significado-de-bullying.html; Acesso em 29 de abril de 2017.

[2] https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/definicao-de-bullying/31918; Acesso em 29 de abril de 2017.

[3] KARDEC, Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo. Bem-aventurados os que são misericordiosos, capítulo. X, item 9.

[4] KARDEC, Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo. Bem-aventurados os que são mansos e pacíficos, capítulo I X, item 4. 

17 de outubro de 2017

Charge - Jovem Espírita no Mundo



"É indubitável que o Espiritismo, na função de Consolador Prometido pelo Cristo de Deus, veio aos homens, sobretudo, para libertá-los da treva do espírito.

Que emancipação, porém, será essa?

Surpreenderíamos, acaso, a Nova Revelação procedendo à maneira de um louco que dinamitasse um cais antigo, à frente do mar, sem edificar, antes, um cais novo que o substituísse?

Claro que os princípios espíritas acatam os diques de natureza moral, construídos pelas tradições nobres do mundo, destinados à segurança da alma, conquanto lhes observe a vulnerabilidade de fundo, vulnerabilidade essa sempre suscetível de favorecer os mais fortes contra os mais fracos e de apoiar os astutos em prejuízo dos simples de coração; embora isso, levantam barreiras de proteção, muito mais sólidas, a benefício das criaturas, porquanto nos esculpem, no próprio ser, a responsabilidade de sentir e pensar, falar e agir, diante da vida.

Ninguém se iluda, dessa forma, quanto à independência instalada pela Doutrina Espírita nos recessos de cada um de nós, sempre que nos creiamos no falso direito de praticar inconveniências, em regime de impunidade.

Muito mais que os preconceitos e tabus, instituídos pelos homens, como frágeis recursos de preservação dos valores espirituais na Terra, o Espiritismo Cristão nos entrega dispositivos muito seguros e sensatos, na garantia da própria defesa, de vez que não nos acena com Céus ou Infernos exteriores, mas, ao revés disso, nos faz reconhecer que o Céu ou o Inferno, são criações nossas, funcionando, indiscutivelmente, em nós mesmos.

Enfim, para não nos alongarmos em teorização excessiva, observemos, tão somente, que o espírita é livre, não para realizar indiscriminadamente tudo quanto deseje, e, sim, para fazer aquilo que deve." ¹

Com estas últimas palavras, Emmanuel expressa muito bem o Livre-Arbítrio usado com discernimento. Trata-se de ir ao mundo sem pertencer ao mundo, como sempre diz nossa mentora; de entender que nossa passagem pela Terra tem um objetivo muito maior que o das tentações mundanas, por isso é importante não ceder a elas; nos atentarmos ao que queremos para nossa encarnação e seguir verdadeiramente aquela que escolhemos para ser nossa Doutrina.

¹  Espiritismo e Liberdade, texto de Emmanuel psicografado por Francisco Cândido Xavier na obra  Intervalos de 1981. 

10 de outubro de 2017

Palestra O bem é o porta-voz do Espiritismo



Encerrando o nosso ciclo de palestras 2017, os palestrantes Cáritas Mytla e Leandro Mônaco apresentam o tema: O bem é o porta-voz do Espiritismo.  

É dever do espírita transmitir através das suas atitudes os valores morais que lhes são ensinados na Doutrina e, principalmente, que foram pregados e exemplificados por Jesus. Como nos lembra a nossa mentora: "Palavras, às vezes, convencem, mas o exemplo arrasta."

Data: 28 de outubro
Horário: 16:30h

Local: Grupo Espírita Caravana do Amor - Irmã Amálya
Endereço: Rua Ribeiro de Almeida, 29, Barreto, Niterói

Nossas palestras são sempre abertas ao público. Serão todos muito bem-vindos! 

5 de outubro de 2017

Desigualdade social


A desigualdade se faz presente em nossa sociedade de diversas maneiras. Há desigualdade de gênero, racial, social e econômica. Esta última, em particular, pode ser percebida através dos números apresentados pelos variados censos que medem o desenvolvimento humano, realizados periodicamente. Todos são unânimes em indicar uma concentração de renda em poder de uma parcela reduzida da população. Podemos citar, por exemplo, a pesquisa realizada pela ONG britânica Oxfam. Este ano, ela revelou que os 8 homens mais ricos do mundo possuem a riqueza equivalente à metade de toda população do planeta.

Ao nos depararmos com essa informação, temos dificuldade de aceitar que exista justiça divina em um cenário desigual em tantos aspectos. No entanto, o Deus de bondade e justiça infinita, no qual acreditamos, nada tem a ver com a má distribuição de riquezas. Toda essa realidade é fruto do egoísmo, do orgulho e da vaidade do homem e só desaparecerá quando essas chagas deixarem de dominar a humanidade. Deus não confere a uns riqueza e a outros a pobreza. A lei cósmica concede suas riquezas a todos, indistintamente. A natureza nos dá o necessário para que todos sobrevivam, mas o egoísmo faz com que haja concentração desses bens em poucas mãos, desperdício e falta para muitos. Cada um, porém, faz o que acha melhor. melhor. O uso ou abuso do livre arbítrio é o que define as situações em que cada um passa a viver, através da lei da ação e reação a que todos estão submetidos.

Engana-se quem pensa que a riqueza é uma dádiva, ela é sem dúvida uma prova difícil, perigosa por conta das paixões e tentações que pode despertar, além da fascinação que exerce, “é o laço mais poderoso que une o homem à Terra e afasta seus pensamentos do céu.”[1] Todas as situações, expiações e provas pelas quais passamos, têm como objetivo principal, nossa evolução. Por isso, são necessários momentos de fortuna e miséria. “A miséria provoca as queixas contra a Providência, a riqueza incita a todos os excessos”[2]. Situações complicadas tornam o caminho mais difícil e são como o remédio que pode arder, ser amargo, mas que traz a cura da enfermidade.

Contudo, a vida material é finita, um dia os corpos serão consumidos e o túmulo reúne todos os homens, ricos e pobres. O que irá permanecer intocável é a nossa vivência. Na vida espiritual, infinita, levaremos conosco nossas atitudes boas e más e é através delas que seremos direcionados a locais da mesma faixa vibratória de nosso Espírito, onde a entrada não pode ser comprada com nenhum bem material.

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[1]KARDEC, Allan.  Evangelho Segundo o Espiritismo. Não se pode servir a Deus e Mamon, capítulo XVI, item 7. 
[2]KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos. Da Lei de Igualdade, capítulo IX, questão 815.