"É dever do
cristão: fazer da noite um dia e do inimigo um irmão." – Irmã Amálya
Jesus já nos advertia: “Reconciliai-vos
o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a
caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao
ministro da justiça e não sejais metido em prisão. – Digo-vos, em verdade, que daí
não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil.” (S. MATEUS,
cap. V, vv. 25 e 26.)
Sentimentos de desprezo,
malquerença e ódio, gerados através de inimizades, são levados para o plano
espiritual e podem se tornar o gérmen de uma obsessão. “A morte, como sabemos,
não nos livra dos nossos inimigos; os Espíritos vingativos perseguem, muitas
vezes, com seu ódio, no além-túmulo, aqueles contra os quais guardam rancor;
donde decorre a falsidade do provérbio que diz: Morto o animal, morto o
veneno, quando aplicado ao homem.” (E.S.E., cap. X, item 6) Quando desencarnados,
podemos até, se tivermos evoluído minimamente, nos afastar de nossos algozes,
pois, no plano espiritual, encontramo-nos separados de acordo com nossas
condições vibratórias. No entanto, ao reencarnarmos voltamos a nos encontrar
não só com inimigos desencarnados, como também com aqueles que, como nós,
tiveram a oportunidade de uma nova encarnação.
Assim como a escuridão da noite
cede lugar à luz do dia, a treva de nossas almas deverá, em algum momento, se
dissipar. Neste dia só haverá espaço para um sentimento em nossos corações: o
do amor. Desse instante em diante será muito mais fácil entender, aceitar e,
principalmente, perdoar os erros de um irmão de caminhada. A denominação
inimigo não fará mais o menor sentido, pois nos veremos como irmãos em escalas
evolutivas diferentes. Desta forma, os laços de animosidade que nos unem a esta
pessoa serão desfeitos, abrindo espaço, quem sabe, para novos e amistosos
laços. Enquanto isso não ocorrer, como afirmou Jesus, permaneceremos detidos
nessa prisão sem muros, que é o corpo físico, ao passo de inúmeras
reencarnações.
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