28 de junho de 2016

Maria: mãe de Jesus


No livro Boa Nova, psicografado pelo médium Chico Xavier e de autoria do espírito Humberto de Campos, a vida de Maria, após a crucificação de Jesus, é narrada com riqueza de detalhes e é nessa obra que estão baseados os trechos a seguir.

No auge da crucificação, Maria recordava de tudo o que acontecera desde o nascimento de seu filho até aquele doloroso momento e se perguntava o porquê daquele suplício. Maria esteve ao lado de Jesus desde os primeiros açoites até a crucificação e ao lado dela estava o apóstolo João, que, vencendo o medo pelo qual os outros apóstolos foram tomados, estendeu seus braços amorosos para confortá-la.  Ao pé do madeiro, Maria e João foram surpreendidos pelo Mestre, que demonstrando perceber a angústia de seus corações, dirigiu-se a eles de modo especial e disse: “Mãe eis aí teu filho!...” e “Filho eis aí tua mãe!” Jesus, neste momento, nos ensinou que os verdadeiros laços que nos unem são os espirituais.

Após a separação dos discípulos, que saíram a pregar a Boa Nova, Maria foi para uma cidade chamada Betaneia, onde alguns parentes próximos a esperavam. Ela viveu ali por anos, em companhia da saudade que sentia de Jesus e da tristeza de ver os homens utilizando de forma equivocada os ensinamentos trazidos pelo Mestre.

O apóstolo João, após algum tempo, se estabelece em Éfeso, onde difundia as ideias cristãs. Assim que conseguiu moradia fixa, retornou a Betaneia e convidou Maria a se juntar a ele. João explicou que nunca se esquecera das palavras de Jesus e que, daquele momento em diante, não a deixaria só novamente. Ambos foram para Éfeso e se instalaram em uma humilde choupana no alto de um pequeno monte que avançava para o mar. O lugar não demorou a virar ponto de encontro de cristãos que ali recordavam os ensinamentos do Mestre. Enquanto João pregava na cidade, Maria dava atenção maternal a todos que buscavam alívio para suas dores.

Certo dia, Maria viu aproximar-se da choupana um homem com aspecto de pedinte e, como sempre fazia, o convidou a entrar. Mas, desta vez, ela é quem foi confortada com as palavras de quem parecia conhecer seus anseios. Após alguns instantes de conversa, o peregrino lhe estendeu as mãos e disse com amor: “Minha mãe, vem aos meus braços!” Maria reconheceu Jesus pelas chagas que simbolizavam a crucificação e quis ajoelhar-se e beijar seus pés, porém, Jesus a levantou, ajoelhou-se diante dela e beijou suas mãos. No dia seguinte, Maria velada por João, já não falava e aguardava o desligamento dos laços que a prendiam à vida terrena.

Maria, depois de liberta do corpo físico, desejou rever os lugares onde havia estado com Jesus e dos quais tinha saudades. Antes de ascender aos céus, visitou os cárceres da região, onde os cristãos eram submetidos a sofrimentos atrozes, aproximando-se de cada um e os intuindo a suportar o sofrimento com bom ânimo.

Temos, na literatura espírita, outras obras que descrevem a dedicação de Maria aos sofredores. Como exemplo pode-se citar Memórias de um Suicida, psicografado pela médium Yvonne Pereira, onde é descrita a assistência aos suicidas pela Legião dos Servos de Maria e Ação e Reação, psicografado pelo médium Chico Xavier, onde o autor espiritual André Luiz relata que as súplicas maternas são acolhidas em planos superiores pelos emissários de Maria, a fim de serem examinadas e atendidas, se possível.


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