8 de dezembro de 2020

Conexão

Ainda vivemos dias de angústia e expectativas em torno de um novo amanhecer. De uma hora para outra nos vimos isolados, mas contraditoriamente com muitas possibilidades de conexão com o mundo afora através da tecnologia.

Descobrimos inúmeros aplicativos que trouxeram o benefício de estabelecermos uma comunicação mais eficiente. Nos inundamos de lives, seminários, palestras, não desgrudamos das telas para preencher um tempo que parecia longo demais diante dos ponteiros do relógio.

Um uso equilibrado da tecnologia, tendo bons objetivos como princípios, é capaz de trazer renovação de ânimos, esperança, verdadeira ferramenta de generosidade. Vimos, por exemplo, pessoas sensíveis e sempre dispostas a se doarem pelo outro, capazes de levar alento àquele que precisa. Elas dispõem da sua boa vontade, compartilhando os seus dons: conhecimentos artísticos, literários, espirituais, enfim, elementos que tranquilizam nossos corações. Como nos lembra o Evangelho Segundo o Espiritismo, por meio de atitudes como essas, "o homem procura em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las;” (Cap. XI item 10)

No entanto, numa dimensão mais íntima, cabe-nos fazer algumas perguntas:

Quanto desse tempo separei para que cuidando de mim, eu não expusesse ninguém ao risco? 

Quanto desse tempo destinei para me (re)conectar comigo mesmo? Avaliar meus projetos, meus pensamentos e minhas ações?

Quanto desse tempo reservei para (re)estabelecer um elo com a minha família? Acompanhá-la de perto, aparar as arestas e poder contribuir efetivamente para o seu crescimento moral?

Quanto desse tempo guardei para (re)organizar a minha transformação?


Enquanto esperamos o fim da pandemia, ainda dá tempo de refletirmos sobre o assunto.


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