“O Senhor quis que a luz se
fizesse para todos os homens e penetrasse por toda a parte pela voz dos
Espíritos, a fim de que cada um pudesse obter a prova da imortalidade; é com
essa finalidade que os Espíritos se manifestam hoje sobre todos os pontos da Terra.”¹
Ao analisar o trecho
transcrito, é possível entender a importância das manifestações mediúnicas para
a população terrestre: é a fonte de comunicação com o plano mais elevado e de
conhecimento e estudo da vida espiritual, a qual esquecemos durante nossa
passagem na Terra.
A mediunidade, presente
indistintamente em todos os encarnados, pode se manifestar de diversas formas, tal
como: mediunidade intuitiva, quando pensamentos são sugeridos por Espíritos às
pessoas, de forma a parecer que foi uma ideia do encarnado; psicofonia, quando
o Espírito comunica-se através do aparelho vocal do médium; vidência, onde o
médium tem a capacidade de ver Espíritos e outros objetos imateriais. Há também
a mediunidade de psicografia, extremamente importante para o aprofundamento do
estudo da Doutrina.
Nessa especificidade
mediúnica, o médium escrevente, ou psicógrafo, transmite o pensamento do
Espírito através da escrita. Esse fenômeno pode ser classificado de três
maneiras diferentes: psicografia intuitiva, mecânica e semi-mecânica. Na
intuitiva, o Espírito transmite suas ideias para o médium, que, por sua vez, as
escreve, assim, o psicógrafo tem noção completa da mensagem. Na mecânica, o
Espírito atua diretamente na coordenação motora do médium, que, por sua parte,
não faz ideia do que está sendo escrito, assim, o teor da mensagem é
completamente fiel ao que o Espírito quer escrever. Na semi-mecânica, o
Espírito atua conjuntamente na consciência do médium e em sua parte motora,
desse modo, transmite seu pensamento, porém o encarnado, que sabe o teor da
mensagem, não tem controle de sua mão.
Historicamente falando, a
psicografia foi essencial para o conhecimento da Doutrina Espírita, pois, por
meio dela, foi trazida a maioria das mensagens reunidas e codificadas por Allan
Kardec. No início, porém, o método utilizado para transcrever as mensagens dos
Espíritos era diferente do que conhecemos. Nas primeiras mensagens, o médium
segurava uma cesta que tinha em seu centro um lápis, então os Espíritos
conduziam o lápis, formando as mensagens. Com o passar do tempo, as
comunicações começaram a vir através da escrita do próprio médium.
As mensagens psicografadas,
atualmente, podem ter intuito de confortar encarnados que perderam entes
queridos ou de estudo e aprofundamento da Doutrina, além de ser, para o
medianeiro, um contínuo desenvolvimento de sua habilidade e oportunidade de
trabalho. Cabe citar o mais importante médium psicógrafo brasileiro, Francisco
Cândido Xavier, exemplo de humildade e trabalhador incansável da Seara de Jesus.
Chico nos ensina que, como ele mesmo, o médium escrevente é apenas um carteiro
para as mesagens que confortam e esclarecem os destinatários.
¹(E.S.E. Cap XVIII – item 9)
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