10 de abril de 2018

Psicografia



“O Senhor quis que a luz se fizesse para todos os homens e penetrasse por toda a parte pela voz dos Espíritos, a fim de que cada um pudesse obter a prova da imortalidade; é com essa finalidade que os Espíritos se manifestam hoje sobre todos os pontos da Terra.”¹

Ao analisar o trecho transcrito, é possível entender a importância das manifestações mediúnicas para a população terrestre: é a fonte de comunicação com o plano mais elevado e de conhecimento e estudo da vida espiritual, a qual esquecemos durante nossa passagem na Terra.

A mediunidade, presente indistintamente em todos os encarnados, pode se manifestar de diversas formas, tal como: mediunidade intuitiva, quando pensamentos são sugeridos por Espíritos às pessoas, de forma a parecer que foi uma ideia do encarnado; psicofonia, quando o Espírito comunica-se através do aparelho vocal do médium; vidência, onde o médium tem a capacidade de ver Espíritos e outros objetos imateriais. Há também a mediunidade de psicografia, extremamente importante para o aprofundamento do estudo da Doutrina.

Nessa especificidade mediúnica, o médium escrevente, ou psicógrafo, transmite o pensamento do Espírito através da escrita. Esse fenômeno pode ser classificado de três maneiras diferentes: psicografia intuitiva, mecânica e semi-mecânica. Na intuitiva, o Espírito transmite suas ideias para o médium, que, por sua vez, as escreve, assim, o psicógrafo tem noção completa da mensagem. Na mecânica, o Espírito atua diretamente na coordenação motora do médium, que, por sua parte, não faz ideia do que está sendo escrito, assim, o teor da mensagem é completamente fiel ao que o Espírito quer escrever. Na semi-mecânica, o Espírito atua conjuntamente na consciência do médium e em sua parte motora, desse modo, transmite seu pensamento, porém o encarnado, que sabe o teor da mensagem, não tem controle de sua mão.

Historicamente falando, a psicografia foi essencial para o conhecimento da Doutrina Espírita, pois, por meio dela, foi trazida a maioria das mensagens reunidas e codificadas por Allan Kardec. No início, porém, o método utilizado para transcrever as mensagens dos Espíritos era diferente do que conhecemos. Nas primeiras mensagens, o médium segurava uma cesta que tinha em seu centro um lápis, então os Espíritos conduziam o lápis, formando as mensagens. Com o passar do tempo, as comunicações começaram a vir através da escrita do próprio médium.

As mensagens psicografadas, atualmente, podem ter intuito de confortar encarnados que perderam entes queridos ou de estudo e aprofundamento da Doutrina, além de ser, para o medianeiro, um contínuo desenvolvimento de sua habilidade e oportunidade de trabalho. Cabe citar o mais importante médium psicógrafo brasileiro, Francisco Cândido Xavier, exemplo de humildade e trabalhador incansável da Seara de Jesus. Chico nos ensina que, como ele mesmo, o médium escrevente é apenas um carteiro para as mesagens que confortam e esclarecem os destinatários.

¹(E.S.E. Cap XVIII – item 9)


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