18 de agosto de 2020

Resgate coletivo

O tema dos noticiários, redes sociais e conversas estão, quase sempre, marcados por assuntos tristes, difíceis e até mesmo violentos. Muitos desses acontecimentos são de larga escala, ou seja, atingem muitos indivíduos, ocasionando número elevado de desencarnes simultâneos, como verifica-se em situações de desastres naturais ou acidentes. Alguns desses episódios de desencarne grupal fazem parte do que chamamos de resgate coletivo. 

Esses eventos aparentemente incompreensíveis ocorrem naturalmente ou pela ação do homem e têm sempre um porquê. Ainda ocorrem, pois estamos em um planeta de Provas e Expiações, onde habitam indivíduos carregados de débitos e falhas a resgatar. Todos vieram à Terra a fim de evoluir, e progredimos enquanto sociedade em um processo regular e lento. Quando não seguimos o curso pretendido, há de tempos em tempos uma espécie de sacudida, abalo, um choque físico ou moral, com objetivo de impulsionar nossa evolução. Os flagelos destruidores, como são chamados em “O Livro dos Espíritos”, possibilitam ao homem a oportunidade de exercitar a paciência e resignação, demonstrando o amor ao próximo e se distanciando do principal obstáculo à evolução, o egoísmo. Além disso, grandes catástrofes impulsionam o desenvolvimento de áreas como a saúde, ciência, tecnologia e promoção de novas políticas públicas.

A provação coletiva se processa através da convocação dos Espíritos encarnados que participaram dos mesmos débitos, e o sistema de justiça e a lei da compensação funcionam espontaneamente para a promoção dessa legalidade. Alguns Espíritos, ao regressarem ao plano espiritual, tomam consciência de seus atos e suplicam por uma oportunidade de resgate e reencarnam para redenção múltipla. Nenhum desses episódios trágicos é obrigatório, eles ocorrem por consequência de nosso atraso moral, e ninguém é encarregado para ser sujeito promotor de nenhuma calamidade, pois ninguém nasce para o mal.

Apesar de compreendermos esses episódios sob um ponto de vista mais amplo, não devemos deixar de levar em consideração que eles são resultado de um longo processo de negligência. Por isso, não adotamos apenas explicações religiosas, reiteramos a responsabilidade da sociedade para prevenção, a fim de que tenhamos cada vez menos histórias de sofrimento em nosso planeta. Essa prevenção consiste não apenas no desenvolvimento de novas técnicas para evitar os impactos dos desastres naturais, ou na promoção de medidas que contribuam para diminuir a violência, por exemplo. É essencial que haja na humanidade a vontade e esforço de reforma íntima, para que juntos possamos seguir o processo evolutivo, tornando-nos uma sociedade mais empática, saudável e atenta aos entraves para o progresso.


Referências: 

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, questões  740  e 783. Rio de Janeiro: FEB, 1994. 

wwww.feb.net.org.br/ Livro O consolador  

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