4 de agosto de 2020

Um dia de cada vez



Vivemos um dos momentos mais difíceis de nossas vidas. Notícias desoladoras são frequentes não apenas na mídia como também no cotidiano, fazendo com que o sofrimento se coloque como algo constante nesses meses de enfrentamento da pandemia e isolamento social. Nesse sentido, alguns sentimentos e preocupações parecem se intensificar, pois as atividades do dia-a-dia , antes tão comuns, agora são lembradas por nós com uma grande dose de saudade – os abraços apertados agora interrompidos, as longas conversas com pessoas queridas que precisaram ficar para depois. Depois. Quando?

Não raro também temos experenciado o medo do amanhã, pois os desafios surgidos durante este período de isolamento coloca em cena todo tipo de preocupação com o que será do nosso futuro. A fim de amenizar os sentimentos de desesperança e as grandes preocupações que nos invadem e nos imobilizam, devemos recordar as palavras de alento e força presentes no Evangelho Segundo o Espiritismo, sobretudo na passagem de São Mateus acerca da importância de observarmos os pássaros no céu (S. MATEUS, cap. VI, vv. 19-21 e 25-34).

Embora aparentemente simples, esta ação guarda grande aprendizado. Sabemos que os passarinhos não semeiam, não colhem e muito menos reservam itens necessários para sua sobrevivência. Apesar disso, não sucumbem em momento algum, porque a providência divina não os desampara.

Diante de tal exemplo, encontramos grande reflexão para nossa existência, compreendendo que a Espiritualidade continua seu trabalho incessante e se mantém presente em nossas vidas, nos amparando e cuidando. Na passagem do Evangelho, somos lembrados de que a cada dia basta a sua própria dificuldade, não havendo razão para preocupações com o amanhã, pois Deus sabe de todas as coisas. Assim, buscar o Reino de Deus, sua justiça e manter-se ativo se colocam como saídas fundamentais.

É interessante pensar que tais reflexões também podem ser colocadas para o duro momento que estamos enfrentando. Trabalhar para garantir que nada nos falte nos possibilita reconhecer ainda a importância de um exercício interior, isto é, exercitar em nós mesmos o pensamento firme de que o sofrimento terá um fim.

Até lá, precisamos operar a força necessária para lidar com as dificuldades impostas, trabalhando internamente as angústias para não cedermos ao desespero, enfrentando um dia de cada vez com coragem e fé.

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